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terça-feira, 15 de julho de 2008

História do programa:

- Em 1973, estreava na TV Globo um programa completamente diferente de tudo o que existia na televisão brasileira na época: uma revista eletrônica de variedades, com duas horas de duração, que reunia jornalismo e entretenimento para levar até o telespectador o que de mais espetacular estivesse acontecendo no Brasil e no mundo. O programa tinha um nome à altura de suas pretensões: Fantástico, o show da vida.
- Ao longo dos anos, graças às contribuições de centenas de profissionais de diversas áreas, esse conceito original se desenvolveu notavelmente. O Fantástico se tornou um painel dinâmico e multifacetado de quase tudo o que é produzido numa emissora de televisão – jornalismo, prestação de serviços, humor, dramaturgia, documentários exclusivos, música, reportagens investigativas, denúncia, ciência –, além de um espaço para a experimentação de novas idéias e formatos.
- O Fantástico foi criado pelo então diretor de Operações da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, para substituir o programa jornalístico Só o amor constrói (1973). Boni queria uma revista visualmente sofisticada que trabalhasse com a realidade e a ficção, representadas pelo jornalismo, pela dramaturgia e pela linha de shows. Um projeto especial, que contou com o envolvimento de toda a TV Globo. Participavam das reuniões de criação, além de Boni, Mauro Borja Lopes, o Borjalo (diretor da Central Globo de Produção); Armando Nogueira e Alice-Maria (responsáveis pela direção da Central Globo de Jornalismo); Paulo Gil Soares (diretor da Divisão de Reportagens Especiais); José Itamar de Freitas, Luiz Lobo e Luís Edgar de Andrade (jornalistas), Manoel Carlos, Augusto César Vannucci, João Lorêdo, Nilton Travesso, Maurício Sherman (diretores de TV); Walter George Durst (autor de novela); Luís Carlos Miéle e Ronaldo Boscôli (produtores musicais da emissora).
- Foi durante um desses encontros que Ronaldo Bôscoli – pensando na diversidade de assuntos que fariam parte da nova atração – sugeriu o nome Fantástico. Boni preferia O show da vida. Depois de uma breve discussão, decidiu-se juntar as duas idéias, e o progrma foi batizado. De acordo com Boni, o Fantástico foi o primeiro magazine na TV, e, mais tarde, serviu de espelho para programas similares em países como Espanha e Itália. A emissora italiana Rai, inclusive, chegou a colocar no ar, em 1979, um programa com o mesmo tipo e formato, logo denunciado pela revista Eva express como plágio da atração da TV Globo.

A primeira edição
- Fantástico, o show da vida foi ao ar pela primeira vez no dia 5 de agosto de 1973, com apresentação de Sérgio Chapelin e direção de João Loredo. A equipe do programa era formada pelos jornalistas André Motta Lima, Carlos Mendes, por Maria Raja Gabaglia, Ronaldo Bôscoli, Lafaiete Galvão, Chico Anysio, Arnaud Rodrigues e Haroldo Barbosa (redatores); Alice-Maria, José Itamar de Freitas, Jotair Assad, Paulo Gil Soares e Luiz Lobo (chefes de jornalismo); Miéle, Maurício Sherman e Walter Avancini (diretores da linha de shows e dramaturgia); Wilma Fraga, Ronaldo Curi, Ivan Rocha e Ito Medeiros (coordenação); Jerson Alvim (coordenador geral) e Augusto César Vannucci (supervisão geral).
- Na abertura, dirigida por Augusto César Vannucci, duas crianças corriam para o centro de um cenário totalmente branco e descobriam véus que ocultavam dançarinos vestidos com fantasias parecidas com as usadas no carnaval de Veneza. Os trajes foram criados pelo figurinista Sörensen e, segundo João Lorêdo – um dos diretores do programa –, foram inspirados em um espetáculo chamado Pippin, um musical estrelado pela atriz Marília Pêra, na época em cartaz no Teatro Manchete. Boni havia assistido à peça, se encantado com os figurinos e decidido que algo semelhante seria perfeito para a abertura do Fantástico.
- Os bailarinos, coreografados por Juan Carlos Berardi, dançavam ao som de um tema composto e arranjado pelo diretor musical Guto Graça Mello. A letra foi escrita pelo próprio Boni e podia ser interpretada como uma espécie de carta de intenções do novo programa: “Olhe bem, preste atenção:/ nada na mão resta também./ Nós temos mágicas para fazer,/ assim é a vida, olhe para ver./ Milhares de sonhos para sonhar,/ miragens que não se podem contar./ Numa fração de um segundo/ qualquer emoção agita o mundo./ Riso! Criado por quem é mestre./ Sexo! Sem ele o mundo não cresce./ Guerra! Para matar e morrer./ Amor! Que ensina a viver./ Um foguete no espaço, num mundo infinito,/ provando que tudo não passa de um mito./ É Fantástico!/ Da idade da pedra ao homem de plástico,/ o show da vida!/ É Fantástico!
- Nessa primeira edição do Fantástico, os telespectadores se depararam com um cardápio de assuntos variados. A atriz Sandra Bréa cantou e dançou em um número musical em homenagem à Marilyn Monroe, 11 anos depois da morte da estrela de Hollywood – durante alguns anos, Sandra Bréa se consagrou como a apresentadora dos números de show no Fantástico. Uma matéria exclusiva registrou o momento em que Tostão, craque da seleção brasileira de futebol tricampeã em 1970, recebeu o laudo médico que o impediria de continuar jogando. O programa mostrou ainda uma entrevista com o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e um número de circo do programa americano Disney on parade, em que um homem fazia acrobacias em um trapézio preso a um avião. Em Nova York, a repórter Cidinha Campos entrevistou Sérgio Mendes, um dos músicos brasileiros mais bem-sucedidos no exterior, e apresentou uma matéria sobre o congelamento de doentes terminais com o objetivo de preservá-los até que fossem descobertas as curas para as suas doenças. Ao longo do programa, o apresentador Sérgio Chapelin informava sobre o noticiário da semana. O humorista Chico Anysio, por sua vez, apresentava um monólogo cômico em quatro partes.
- A edição foi encerrada com um texto especial, escrito por José Itamar de Freitas e lido por Cid Moreira, que falava sobre “o fantástico show da vida”. Era o que a redação apelidou de “boa-noite” e que seria o fecho do Fantástico por vários anos. No início, o texto era lido apenas por Cid Moreira. Depois, Sérgio Chapelin, Berto Filho, Celso Freitas e atores do elenco da TV Globo se revezavam na tarefa.
- Entre 1973 e 1977, sob a supervisão geral de Augusto César Vannucci, João Lorêdo, Manoel Carlos e Maurício Sherman dirigiram o Fantástico. Manoel Carlos define o programa daquele período como sendo fruto do trabalho em equipe e do espírito de aperfeiçoamento e competitividade entre os profissionais. Segundo ele, a rotina de produção era a seguinte: às segundas-feiras, todos se reuniam com Boni para fazer uma avaliação do que havia ido ao ar na semana anterior e traçar os planos para o próximo programa.
- Durante a semana, Manoel Carlos percorria os departamentos de jornalismo, dramaturgia e da linha de shows para supervisionar as pautas e os projetos. O programa era editado na noite de sábado – Paulo Ubiratan e Roberto Talma estavam entre os editores na época –, e no domingo o próprio Manoel Carlos escrevia o roteiro e o texto que costurava todas as atrações. Na época, esse texto era narrado em off pelo ator José Wilker.

O humor nos primeiros anos do Fantástico
- O humorista Chico Anysio esteve no ar todos os domingos durante os primeiros 16 anos do Fantástico. Nos dois primeiros anos, inclusive, apresentou um monólogo dividido em quatro partes – ele interrompia a história para chamar uma reportagem ou outros quadros do programa –, no qual contava as aventuras de um personagem criado especialmente para o Fantástico e que se tornaria uma das suas criações mais populares: o malandro Azambuja.
- Carioca da gema, bom de papo e sempre disposto a passar a perna nos incautos, Azambuja fez tanto sucesso que, em 1975, ganhou seu próprio programa, Azambuja & cia., que ia ao ar uma vez por mês, às segundas-feiras, com todos os personagens que habitavam o universo dos casos contados por Chico Anysio no Fantástico.
- Chico Anysio continuou apresentando um monólogo no programa, agora em uma só parte, falando de assuntos variados. O gesto peculiar com o qual costumava encerrar sua participação – um movimento com a mão estendida em direção à câmera como se ele a puxasse para si – acabou se tornando a marca registrada do quadro. O humorista nunca repetiu o gesto em nenhum outro programa do qual participou.
- Chico Anysio ainda voltaria ao Fantástico em mais duas ocasiões: no quadro Secretária eletrônica (1992), comentava recados enviados pelos telespectadores que ligavam para um número de telefone de São Paulo; em Cartão de visitas (2003), reviveu 149 dos mais de 200 personagens que criou ao longo de sua carreira, contracenando com atores como Francisco Cuoco, Alexandre Borges e Marcos Palmeira.
- Chico Anysio precisou se afastar do Fantástico durante duas semanas, em 1974, quando foi substituído pelo comediante português Raul Solnado, que já havia participado de outros humorísticos da TV Globo. Seu humor ingênuo com um toque de absurdo agradou, e o comediante permaneceu no programa até o final daquele ano. Os esquetes de Solnado eram sempre construídos a partir de uma conversa telefônica imaginária – pontuadas por forte sotaque e expressões típicas de Portugal –, na qual ele relatava casos engraçados, discutia com seu interlocutor ou tentava convencê-lo de alguma idéia extravagante. Em um deles, por exemplo, o humorista encarnava um soldado maluco que requisitava ao seu comandante mais munição para continuar a combater um inimigo invisível.
- O artista plástico Juarez Machado, pioneiro do desenho de humor na televisão brasileira, também teve um quadro de enorme sucesso nos primeiros anos do Fantástico: vinhetas animadas nas quais ele atuava como mímico – ou, na sua própria definição, um “desenhista do gesto” – ao som de um tema composto pelo maestro Júlio Medaglia.
- Juarez Machado trabalhava como cenógrafo da TV Globo quando – inspirado na coluna de humor Nonsense, que assinava no Jornal do Brasil – teve a idéia de emprestar o corpo para dar vida aos seus desenhos. No seu quadro, exibido até 1978, Juarez interagia com os próprios desenhos e se apresentava com o rosto pintado de branco e vestindo uma fantasia que era uma mistura de boneco e palhaço. As performances invariavelmente terminavam com o mímico desenhando uma linha de trem, uma passarela ou uma trilha de pegadas, por onde ele caminhava até desaparecer na tela. A estrada sempre foi um tema recorrente na obra de Juarez Machado e aparecia representada de várias formas em muito dos seus desenhos.

Os musicais
- Nos primeiros anos, o Fantástico pertencia à área de shows e, desde a estréia, reservava um espaço privilegiado para números musicais, funcionando como um laboratório de inovações cênicas, cenográficas e coreográficas. Cerca de duzentas pessoas – entre músicos, cantores, bailarinos e produtores – trabalhavam ativamente nesse setor.
- Em 1974, os musicais exigiram um cuidado ainda maior, com o uso da imagem colorida. A primeira vinheta em cores do Fantástico foi gravada no dia 14 de abril, no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro. A TV Globo criara um novo sistema de gravações, e a idéia era utilizar no programa as câmeras Ferneseh, adquiridas para o uso em telenovelas. A novidade fazia parte da política de planejamento e implementação da imagem colorida recomendada na época pelo Ministério das Comunicações. Em setembro de 1975, um desses musicais apresentou Maysa cantando o tema de abertura da novela Bravo no concerto do pianista Arnaldo Cohen e regência de Isaac Karabtchevsky.
- A partir do dia 28 de maio, o Show da vida já começou a ser exibido em cores – embora, devido à dificuldades técnicas para se efetuar esse tipo de transmissão com mais freqüência, durante alguns anos, certos quadros e reportagens foram ao ar com imagens em preto e branco. Naquele dia, tudo estava planejado para que o primeiro musical colorido da televisão brasileira fosse o da canção Gita, de Raul Seixas. Contudo, um atraso na edição – o musical era cheio de efeitos visuais – obrigou a equipe a mudar os planos, e a honra coube à Bom tempo, chorinho interpretado pela cantora Sônia Santos.
- A introdução da cor implicou um cuidado ainda maior com o lado plástico do Fantástico, que passou a ter cenários com menos desenhos e espaços mais abertos; figurinos mais estudados em relação às combinações de cores, com tecidos mais leves e sem excesso de brilho, além de iluminação mais sofisticada. Também se começou a explorar a utilização de efeitos visuais como o chromakey, até então usado quase que exclusivamente nos telejornais da emissora. O diretor de arte Ciro Del Nero lançou mão do recurso para injetar criatividade nos números de dança ou nas performances musicais exibidos no programa.
- Desde o início, o diretor da área de shows Nilton Travesso utilizou todos os meios técnicos disponíveis para a montagem e produção de números estrelados por cantores e bandas. Travesso também revolucionou tecnicamente os musicais, realizando gravações externas, com produção e edição esmerados, proposta bem inovadora para o trabalho em televisão na época.
- O Fantástico também já exibia números musicais produzidos em outros países, e os correspondentes internacionais nos Estados Unidos ou em Londres, sempre que possível, destacavam entrevistas e as últimas novidades na parada internacional, além da influência de ritmos e cantores brasileiros no exterior.
- Em 1977, o Fantástico enviou uma equipe de repórteres e cinegrafistas em viagens do Rio Grande do Sul ao Amazonas para registrar as principais manifestações culturais e musicais do Brasil. Essas reportagens especiais fizeram parte do quadro Música popular brasileira, cuja proposta era discutir e defender a história da música e das próprias raízes culturais do país.
- Música popular brasileira contava com a participação de especialistas como o cantor, compositor e radialista Almirante – pseudônimo de Henrique Foréis Domingues – e os jornalistas Sérgio Cabral, Ana Maria Bahiana e José Ramos Tinhorão, que traçavam a trajetória de músicos e intérpretes de vários gêneros, como samba, bossa nova e chorinho. Temas atuais serviam como ganchos para se falar de grandes compositores do passado. Mas o quadro também revelava novos talentos, como a banda Secos & Molhados, que fez suas primeiras apresentações no Fantástico para, em seguida, conquistar sucesso nacional.
- Aloysio Legey, que assumiria a direção da linha de shows do Fantástico em 1977, aperfeiçoou tecnicamente os musicais em termos de câmeras, iluminação e cenário. Um trabalho que teria continuidade ao longo dos anos graças a diretores como Paulo Netto, Eid Walesko, Gilberto Mota, José Mário, Miéli, Fabio Sabag, Roberto Talma, Herbert Jr., Ricardo Nauenberg, Jorge Monclair, Paulo Trevisan, Ignácio Coqueiro e muitos outros.
- Nos últimos anos, o Fantástico tem sido palco de várias atrações internacionais, entre elas o U2, uma das maiores bandas de rock do mundo, que tocou ao vivo nos estúdios do Projac para uma platéia de 200 convidados. O show foi exibido no Fantástico do dia 26 de novembro de 2000. Quase seis anos depois, foi a vez de uma das maiores bandas de rock do Brasil: no dia 19 de dezembro de 2006, um show dos Mutantes, que há 30 anos não tocavam no país, foi transmitido pelo Fantástico.
- No início, os quadros exibidos na área de shows não tinham uma fórmula rígida, o que permitia experiências com cores, sons e efeitos especiais que dificilmente poderiam ser realizadas em outros programas. Essa regra não atingia apenas musicais, mas também a produção dos teleteatros.

Teleteatro
- O primeiro núcleo de teleteatro do Fantástico foi dirigido por Walter Avancini, e os primeiros quadros contaram com participação da atriz Marília Pêra. No programa foi exibido um trecho da peça O homem de La Mancha, de Miguel de Cervantes, que trouxe o ator Paulo Autran para a televisão.
- Ao longo da história do Fantástico foram apresentados vários quadros destacando cenas de peças em cartaz nos teatros do país.
- Em 1973, exibiu-se o quadro Ao pé da letra, teleteatro infantil escrito por Lauro César Muniz, com Fúlvio Stefanini, Sônia Braga e Paulo Padilha. Domingos Oliveira dirigiu duas séries de sucesso: Teatro nas ruas e O pensamento vivo de..., com textos de pensadores e líderes universais.
- Na década de 1980, foi ao ar o Incrível, fantástico, extraordinário, série de histórias sobre fantasmas e outros fenômenos sobrenaturais, dirigida por Maurício Sherman e apresentada pelo ator Mário Lago. Os telespectadores enviavam seus relatos para a TV Globo, e os escolhidos eram transformados em episódios, como O morto que riu – com Stênio Garcia e Eloísa Mafalda –, sobre um fotógrafo que registrou o sorriso de um cadáver; ou O parto – com Lisa Vieira e Iara Sales –, no qual forças sobrenaturais ajudavam uma grávida a dar à luz.

Jornalismo científico e reportagens internacionais
- Já nos primeiros anos, o Fantástico apresentou uma inovação na forma de se fazer jornalismo na televisão brasileira, ao passar em revista os principais assuntos da semana dando às notícias um tratamento mais sofisticado em termos de conteúdo e imagem. José Itamar de Freitas – diretor-geral do programa a partir de 1977 – definia as reportagens que eram apresentadas todos os domingos como “um meio-termo entre o Globo repórter e os telejornais diários”.
- No início, a equipe de jornalismo contava com 40 profissionais e era dividida em três áreas: a primeira, de reportagens nacionais, contava com Wanderley Moreira, Diomedes Ferreira Jr., Marta Ronchi, Reno Mancuso e José Luiz Tavares, sob o comando de José Itamar de Freitas. A parte de pesquisa era elaborada por Paulo Gil Soares e Luiz Lobo e tinha a importante função de interligar a notícia e o espetáculo, dando uma base informativa ou visão histórica aos quadros de entretenimento. A terceira área era de atualidades e estava a cargo de Alice-Maria.
- Uma característica marcante do programa nesses primeiros anos foram as reportagens que abordavam assuntos ligados às áreas de saúde e de inovações científicas – de forma quase didática, evitando “cientificismos” na linguagem –, com o objetivo de tornar as novidades nessas áreas acessíveis ao grande público.
- As reportagens eram ricas de imagens e traziam texto com alto apelo emocional. Para José Itamar de Freitas, era importante usar a capacidade de emocionar da televisão para levar informação ao telespectador, sem prejuízo do aspecto jornalístico dos temas. Uma matéria que informasse em detalhes como funcionava uma operação para corrigir estrabismo, por exemplo, deveria também servir para dar esperança aos telespectadores que sofressem daquele problema.
- Em 1975, o programa apresentou com exclusividade o documentário Início da vida, apresentado no Congresso Mundial de Fertilidade, realizado no Japão, mostrando passo a passo o processo da gestação. A repercussão foi tão positiva que trechos do filme – como a imagem de um útero – passaram a ser utilizados durante algum tempo como vinhetas de entrada do programa.
- O Fantástico também foi o primeiro programa da televisão brasileira a mostrar imagens frontais de um parto. A exibição das imagens, compradas de uma agência de notícias internacional, teve reação positiva do público e, supreendentemente, nenhuma reação da censura.
- Lançado durante o período da ditadura militar, o Fantástico não conseguiu escapar à censura prévia dos meios de comunicação. Um dos quadros de sucesso do programa chamava-se O dia da caça, importado da TV inglesa. Mostrava sempre imagens de algum animal pequeno que conseguia ludibriar seu predador natural: o coelho que era rápido o bastante para escapar do tigre ou o pequeno roedor que fugia das garras da águia. José Itamar de Freitas conta que, na terceira semana de exibição, um general e um coronel foram à redação exigir a interrupção da série, ameaçando tirar o Fantástico do ar.
- Todas as manhãs de domingo, o programa era submetido à análise minuciosa de um censor. Várias vezes foi preciso recorrer a musicais ou números de circo e mágica para ocupar o lugar de alguma matéria vetada pelos censores minutos antes do programa entrar no ar. Devido a esse tipo de pressão da censura, resolveu-se, em um primeiro momento, privilegiar as reportagens internacionais, que acabaram marcando época.
- A repórter Cidinha Campos foi a primeira enviada especial do Fantástico, viajando pela Europa e Estados Unidos. Com imagens do cinegrafista Ricardo Strauss, suas reportagens se caracterizavam pelo enfoque curioso da notícia, sem perder o rigor jornalístico, como quando mostrou homens bolivianos que atingiam idades acima dos 100 anos; ou contando a história da múmia de um faraó egípcio.
- Em suas viagens internacionais, Cidinha Campos contava com os serviços de um produtor e intérprete: Hélio Costa, na época locutor do programa A voz da América. A partir de 1974, o jornalista começou a fazer suas próprias matérias, trabalhando ao lado do cinegrafista Henrique Olivier, na sucursal da TV Globo em Nova York. Ele seria o responsável por inúmeras reportagens para o Fantástico sobre os mais variados temas, como ciência (infecção hospitalar, estimulação eletrônica do cérebro), política (a trajetória de Martin Luther King, as atividades da Klu Klux Klan) e assuntos de interesse geral (pigmeus na África, a vida dos astronautas, o movimento hippie).
- Um dos momentos marcantes no trabalho de Hélio Costa como correspondente foi a reprodução do filme de um cinegrafista amador com o registro do assassinato de John Kennedy. As imagens eram inéditas no Brasil.
- Também entraram para a história as séries exibidas em 1978 sobre David Vetter, o “menino da bolha”, condenado por uma doença rara a viver dentro de um ambiente estéril, semelhante a uma bolha de plástico, em um hospital em Houston, Massachusets. Mais tarde, cientistas desenvolveram uma vestimenta que permitiu ao garoto sair da bolha. Hélio Costa acompanhou o drama de David até sua morte, aos dez anos, em 1984.
- Hélio Costa foi ainda responsável por entrevistas com celebridades internacionais, como Paul Newman, Groucho Marx, Liza Minelli, Frank Sinatra, Henry Fonda e Shirley Temple. Em 1973, entrevistou também Johnny Weissmuller, o mais famoso intérprete de Tarzan nos cinemas. O ator estava com 70 anos de idade e trabalhava como relações públicas de um hotel em Las Vegas.
- Em 13 de março de 1977, José Itamar de Freitas assumiu a direção geral do Fantástico. A chefia do jornalismo no programa ficou a cargo de Alice-Maria e Mauro Costa, com Marcelo Miranda Filho como chefe de redação. Os temas nacionais ganharam um novo enfoque no jornalismo, e a discussão de questões pertinentes ao Brasil começou a fazer parte da pauta do programa. Matérias sobre os problemas dos menores abandonados, a falta de amparo das pessoas idosas, as dificuldades para obter reconhecimento enfrentadas pelos músicos brasileiros e o tratamento de doentes mentais estimularam as discussões em todo o país, o que permitiu, inclusive, a criação de comissões especiais federais para rever a legislação sobre tais temas. Com mais de 70% das reportagens abordando assuntos de âmbito nacional, outros jornalistas – como Márcia Mendes, Marília Gabriela e Odilon Coutinho – começaram a fazer reportagens para atender à necessidade cada vez maior de matérias nacionais no Rio de Janeiro e em São Paulo, e nas praças em todo o país.

A Zebrinha e os Gols do Fantástico
- Duas atrações dos primeiros anos viraram marca registrada do Fantástico. Os resultados da Loteria Esportiva eram apresentados pela Zebrinha, um boneco criado por Borjalo que mexia a boca, enquanto a dubladora Maralisi lia os resultados dos jogos do fim-de-semana. Borjalo conta que a idéia do personagem surgiu a partir de uma história do folclórico técnico de futebol Gentil Cardoso. Quando um time pequeno ganhava de maneira inesperada, ele dizia: “Deu zebra” (uma referência ao Jogo do Bicho, que não inclui a zebra). O quadro da Zebrinha também chamava a atenção para as previsões feitas por Oswald de Souza. De 1974 até 1992, o matemático projetou o número de ganhadores da Loteria Federal. E, em todos esses anos, sua média de acerto foi de 90%.
- Outro marco foi o quadro Gols do Fantástico, que apresentava os gols marcados nas partidas de futebol realizadas no fim-de-semana. Ia ao ar no fechamento do programa apresentado por Léo Batista.
- Entre 1974 e 1979, Gols do Fantástico era editado pelo jornalista Edson Ribeiro. Ele conta que fazia a edição sozinho enquanto o programa ainda estava no ar. Como os jogos terminavam por volta das cinco da tarde, e o quadro entrava no ar às dez, ele ia editando à medida em que as imagens eram geradas pelas praças. Em uma noite normal, o jornalista chegava a editar 30 gols, mas houve domingos em que até 50 foram exibidos. Edson Ribeiro também acredita ter sido o pioneiro na exibição em slow motion de um lance. Em 1975, o juiz de uma partida anulou um gol dizendo que a bola não havia entrado. O jornalista preparou uma edição que repetia o lance várias vezes, mostrando que havia sido gol, e o juiz estava errado. A partir da década de 1980, os Gols do Fantástico passaram a ser editados pela Divisão de Esportes da TV Globo.
- Em maio de 2007, Léo Batista deixou a apresentação do Fantástico. Em seu lugar entrou Tadeu Schmidt, que passou a apresentar um quadro sobre futebol com os gols da rodada e matérias sobre os principais jogos.

A primeira abertura de Hans Donner
- A partir da década da década de 1980, as aberturas do Fantástico se tornaram superproduções, com cenários futuristas e figurinos arrojados, unindo as possibilidades da computação gráfica às habilidades humanas, representadas pela dança.
- Foi o início de um período de dez anos de grande avanço tecnológico e artístico da TV Globo. A emissora começara a desenvolver, junto com a empresa Pacific Data Image (PDI), dos Estados Unidos, um sistema de computação gráfica tridimensional que permitia a criação de imagens geradas por computador através de descrição procedural. Essas novas técnicas de computação gráfica deram à identidade da emissora uma plasticidade visual sem paralelo com nenhuma outra no mundo.
- Boa parte dessas inovações estéticas eram obra de uma dupla de designers: o brasileiro Nilton Nunes, um dos responsáveis pelas aberturas e vinhetas da TV Globo nos seus primeiros anos, e o austríaco Hans Donner. Em 1984, a dupla realizou uma abertura para o Fantástico que ficaria na história da televisão brasileira.
- Hans Donner se inspirou nos filmes de ficção científica, na geometria e nos desenhos tridimensionais do artista holandês M.C. Escher para criar uma vinheta na qual a computação gráfica interferia em formas geométricas. Para realizá-la, o austríaco requisitou a ajuda de Richard Chuang, Glenn Entis e Carl Rosenthal, três jovens designers americanos especialistas em alterar textura, luz, coloração e volume de desenhos e imagens inseridos em computador.
- Na abertura, feixes de luz com as cores do arco-íris trespassavam várias vezes uma imensa pirâmide dourada, formando cinco plataformas que flutuavam no espaço. Sobre elas, bailarinos usando fantasias estilizadas, repletas de referências geométricas, executavam uma coreografia ao som do tema do programa, com um arranjo instrumental composto por Guto Graça Mello. O mesmo processo se repetia nas cenas seguintes com uma pirâmide invertida e um cone.
- O grupo de 24 bailarinos era formado por 16 mulheres e oito homens, egressos do corpo de baile da TV Globo e do grupo de dança Vacilou, Dançou – da coreógrafa Carlota Portela, que criou a coreografia executada na abertura. Os trajes dos bailarinos, feitos de couro e com decotes ousados, foram criados por Silvia Trenker, idealizadora de todos os figurinos das aberturas do Fantástico a partir de então.
- Uma pirâmide de quase oito metros de altura, feita de madeira e ferro, que reproduzia o cenário de animação computadorizada da abertura, chegou a ser construída no Estádio do Maracanãzinho para que fossem gravadas as imagens do balé. Um erro no ajuste da altura das câmeras, entretanto, inutilizou o plano, e a coreografia teve de ser realizada no chão, com os bailarinos divididos em vários grupos no mesmo nível, enquanto as câmeras eram posicionadas de forma a dar a impressão de que eles estavam dançando em plataformas de alturas diferentes. A abertura do Fantástico ganhou repercussão mundial e chegou a ser capa da conceituada revista Eletronics theater, da Siggraph.

As garotas do Fantástico
- De 1984 a 1989, foi ao ar um dos quadros que ficou marcado durante anos na lembrança dos telespectadores: A garota do Fantástico. Todo domingo, duas jovens desfilavam em paisagens paradisíacas com trajes de passeio e de banho, enquanto a locução dava informações sobre o seu perfil. Os telespectadores votavam na sua favorita, que se classificava para a próxima etapa. No final, a eleita ganhava o título.
- Várias entre as participantes – todas desconhecidas na época – se tornariam famosas do grande público anos depois. Entre elas, as atrizes Cláudia Lyra, Paula Burlamaqui, Luciana Vendramini e Adriana Garambone, a apresentadora de TV Cleó Brandão e as modelos Gisele Fraga, Marcela Prado, Luciana Vendramini e Rosana Campos.
- A garota do Fantástico voltou a ser exibido entre 1994 e 2000, desta vez com a participação das atrizes e modelos Viviane Araújo, Mari Alexandre e Adriana Ferrari, entre outras. Viviane Araújo foi a vencedora dessa segunda edição.

O jornal de domingo
- Na condição de principal programa jornalístico da TV Globo aos domingos, coube ao Fantástico a missão de noticiar, ao longo dos anos, grandes acontecimentos da história do Brasil. Como no dia 21 de abril de 1985, quando uma matéria foi interrompida bruscamente para a entrada ao vivo do repórter Carlos Tramontina, da sala de imprensa do Instituto do Coração, em São Paulo. O porta-voz da Presidência Antônio Britto comunicava naquele instante que o presidente Tancredo Neves havia morrido, vítima de infecção generalizada, às 22h30. Era o fim de um martírio de 39 dias, durante os quais o Brasil acompanhou a agonia do homem que poderia ser o primeiro presidente civil a ocupar o Palácio do Planalto, após 20 anos de regime militar.
- No dia 1º de maio de 1994, o piloto Ayrton Senna da Silva, tricampeão mundial de Fórmula 1, morreu em um acidente no Grande Prêmio de Imola. O Fantástico, que normalmente é produzido durante a semana, teve de ser refeito em poucas horas e apresentou a cobertura completa da morte do ídolo. Ainda na década de 1990, o programa também dedicaria edições especiais a duas outras tragédias: a dos jovens integrantes da banda Mamonas Assassinas, mortos em um desastre aéreo no dia 3 de março de 1996; e da Princesa de Gales, lady Diana Spencer, vítima de um acidente de automóvel na França, em 31 de agosto de 1997.
- Também foi no Fantástico que milhões de brasileiros assistiram extasiados à cobertura completa das conquistas do tetracampeonato de futebol pela seleção brasileira na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994; e do pentacampeonato, na Copa do Mundo do Japão e da Coréia em 2002.
- Ainda em 2002, no dia 27 de outubro, o programa teve uma edição de mais de três horas para registrar a chegada do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.

Nova abertura
- Em 1987, Hans Donner criou uma nova abertura para o Fantástico. As imagens computadorizadas deram lugar a cenários que representavam os elementos básicos da natureza – ar, terra, água e fogo – e os primeiros habitantes da Terra, interpretados pelos integrantes do Ballet do Terceiro Mundo, um grupo de dança comandado pelo coreógrafo e bailarino Ciro Barcelos, e por modelos contratadas pela TV Globo.
- Na primeira cena da nova abertura, a modelo Isadora Ribeiro e Ciro Barcelos emergiam lentamente das águas do lago Mono Lake, na Califórnia. Nas cenas seguintes, os bailarinos – entre eles Andréa Mognon e Kátia Bronstein – eram mostrados dançando em cima das montanhas da Escócia, em geleiras no Alasca, numa caverna na Turquia, nas dunas do deserto do Saara e sobre os rochedos do Grand Canyon, nos Estados Unidos. Na cena final, a câmera sobrevoava a Floresta Amazônica, subia aos céus e chegava ao espaço, de onde focalizava a imagem do planeta Terra sendo envolto pelo logo do Fantástico.
- A abertura levou um ano para ser concebida e três meses para ser executada. Hans Donner resolveu recriar todos os cenários em galpões da TV Globo e nos estúdios da Herbert Richers. A cena do lago Mono Lake foi realizada usando um tanque de aproximadamente cinco metros de diâmetro. As dunas do Saara, o Grand Canyon e as montanhas escocesas foram reproduzidas em maquetes. O céu e o mar exibidos nas cenas foram filmados na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro.
- Na época, a equipe de Hans Donner contava com Gustavo Garnier, designer; a figurinista Sylvia Trenker e o sul-africano Shawn Pritchard, responsável pela criação das maquetes. Hans conta que Shawn entrou no projeto por puro acaso. Shawn viajava pelo mundo a bordo de um veleiro quando decidiu vir ao Rio de Janeiro. Ancorou na Marina da Glória e viu uma das vinhetas de Hans Donner em uma televisão no barco ao lado. Procurou o designer se dizendo impressionado com o trabalho e lhe mostrou seu portifólio. O trabalho do sul-africano com maquetes era exatamente o que Hans Donner estava procurando, e ele foi contratado na hora.
- Mais tarde, quando as maquetes já estavam prontas, parecia ser impossível conseguir que as imagens dos bailarinos fossem posicionadas sobre elas de forma verossímil apenas com o uso do zoom das câmeras. Segundo Hans Donner, novamente a solução surgiu de forma inesperada: um jovem escandinavo estudante de design – admirador do seu trabalho desde que vira um especial sobre ele na televisão européia – estava no Brasil e, ao saber do dilema do ídolo, ligou para uma empresa na Inglaterra que tinha a tecnologia necessária para resolver o problema. Hans Donner viajou três dias depois para Londres e editou todo o material, com o auxílio de Richard Chrompton.

Crônica política
- No dia 22 de maio de 1988, o jornalista Alexandre Garcia estreou um quadro no Fantástico em que fazia uma crônica bem-humorada dos políticos em Brasília, a partir de imagens captadas pelos cinegrafistas da TV Globo durante a semana. Depois de escolher as imagens e editá-las de uma maneira peculiar, o jornalista as comentava com frases curtas e elegantes, ironizando as gafes, os atos falhos, as distrações e as indesculpáveis bobagens ditas no plenário pelos representantes do povo.
- A crônica foi exibida até julho de 1994. Segundo o próprio Alexandre Garcia, o quadro atingia seus melhores momentos quando alcançava a perfeita sincronia entre a imagem, o comentário e a atualidade do noticiário político. Quando o assunto do momento era o rombo da Previdência Social, por exemplo, a imagem do então ministro Rafael de Almeida sentado de pernas cruzadas, revelando um furo na meia, durante uma reunião ministerial, foi ao ar acompanhada do seguinte comentário do jornalista: “O rombo da previdência é o calcanhar de Aquiles do ministro Rafael de Almeida Magalhães”. O ministro teria ganho uma dúzia de meias de presente depois da exibição do programa. Uma reação comum: os políticos não se sentiam ofendidos com as brincadeiras do quadro e, ao contrário, até se divertiam com elas.

Reportagens pelo país
- Paula Saldanha foi repórter do Fantástico entre 1987 e 1992. Nesse período, viajou por várias regiões do país, mostrando lugares pouco conhecidos da maioria da população. Em uma delas, passou um mês no Pantanal, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, para mostrar o trabalho dos garimpeiros que poluíam a região. Durante a matéria, Paula Saldanha foi confundida com uma repórter local que estava jurada de morte por uma equipe de garimpeiros. Ameaçada por um bando, a equipe da TV Globo teve que buscar abrigo no Fórum da cidade, de onde só conseguiu sair escoltada por batedores da Polícia Militar.

Mudanças no programa
- A partir de setembro de 1988, o Fantástico passou a ser apresentado ao vivo por Sérgio Chapelin, Valéria Monteiro e William Bonner. O crescimento das equipes de reportagem nos escritórios da TV Globo nos Estados Unidos e na Europa influenciou o jornalismo do programa, que investiu numa linha editorial mais comprometida com a atualidade.
- José Itamar de Freitas deixou a direção-geral do Fantástico, em junho de 1991, para ser o diretor de reportagens da Central Globo de Jornalismo. No seu lugar, assumiu o jornalista Carlos Amorim, aprofundando ainda mais o jornalismo factual e a valorização do repórter como condutor do programa.
- Em 1992, o Fantástico ganhou o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Na matéria premiada, o repórter Domingos Meireles localizou o túmulo de Francisco Tenório Júnior, músico que trabalhara com o maestro Tom Jobim e que havia desaparecido na Argentina durante o regime militar.
- Nessa época, o programa era apresentado por Celso Freitas, Dóris Giesse e Carolina Ferraz.
- Em 1993, Luiz Nascimento – ex-diretor do Esporte espetacular – assumiu a direção do Fantástico. Sem perder a preocupação com a prática de um jornalismo conseqüente, a equipe se esforçou para imprimir mais humor e criatividade ao programa, usando todos os recursos disponíveis. A apresentação – que nessa época, ficava a cargo de Fátima Bernardes, Celso Freitas e Sandra Annenberg, com participações esporádicas do elenco da TV Globo – ficou mais coloquial e solta, e as matérias ganharam mais humor, com o uso da computação gráfica em várias situações. No decorrer de uma reportagem de Leilane Neubarth sobre os cuidados que se deve tomar ao ir à praia no verão, por exemplo, a repórter se transformava em um camarão e um pimentão animados.
- Recuperando sua vocação para revista eletrônica, o programa passou a buscar cada vez mais a interatividade com o telespectador, meta que seria alcançada nos anos seguintes, principalmente através do uso da tecnologia. O Fantástico foi o primeiro programa da TV brasileira a ter e-mail, foi também pioneiro na transmissão em Internet por tempo real, na transmissão digital – durante a Copa do Mundo da França (1998) – e na transmissão de reportagens pela Internet e pelo videofone (sistema de telefonia que permite transmissão simultânea de imagens e sons entre os usuários).
- Em 1994, o Fantástico passou por mudanças estéticas radicais. A começar por uma nova abertura, totalmente realizada com computador, sem o elemento humano que até então caracterizava os trabalhos de Hans Donner. Na nova vinheta – que o designer austríaco define como um dos maiores desafios de sua carreira –, os bailarinos e as paisagens naturais deram lugar a criaturas submarinas, mulheres com asas de borboleta e homens de metal empunhando tochas que provocavam grandes clarões de fogo.

Na geral
- Abril de 1994 marcou a primeira participação de Regina Casé no Fantástico, com o quadro Na geral, escrito por Hermano Vianna e dirigido por Belisário França. O quadro foi uma espécie de embrião do Brasil legal, programa que estreou no final daquele ano, abordando com um humor peculiar aspectos interessantes da cultura e da sociedade brasileira.
- Em Na geral, Regina Casé ia às ruas para tratar de assuntos aparentemente díspares, e muitas vezes complexos, com uma linguagem leve e divertida. Na primeira edição do quadro, por exemplo, a atriz apresentou ao grande público os pernambucanos Chico Science e Nação Zumbi. A banda era um dos expoentes de um movimento apelidado pela imprensa de mangue beat, formado por músicos que misturavam gêneros musicais tradicionais do Recife, como o maracatu e o coco, com música pop moderna. Regina Casé acompanhou Chico Science em uma visita às rodas de maracatu em Olinda e conversou com o músico sobre as teorias do Caos e dos Fractais. Em outra edição, a atriz visitou o Piscinão de Ramos para conversar com os freqüentadores da praia artificial – um lago de dois mil metros quadrados situado ao lado da Baía de Guanabara –, na zona norte do Rio de Janeiro. O espaço idealizado pelo governo do estado era a sensação do verão de 2002.
- Regina Casé também comandou o Brasil total (2003), no qual apresentava reportagens desenvolvidas em várias regiões do país destacando talentos, idéias e culturas locais a partir do seu próprio olhar. O quadro foi criado por Guel Arraes, Hermano Vianna e pela própria atriz.
- A partir de 2006, Regina Casé passou a apresentar o quadro Minha periferia, acompanhando a cada domingo o cotidiano um convidado ilustre, vindo de comunidades nas periferias de várias cidades dentro e fora do Brasil, como o jovem ator Thiago Martins, do Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro; ou o cantor Luiz Melodia, criado na favela do Morro de São Carlos. A idéia é mostrar de que forma as pessoas usam a cultura como forma de construir uma vida melhor. Regina Casé já visitou também as populações que vivem nas periferia das cidades de Moçambique. O quadro é uma espécie de versão compacta do Central da periferia, programa de uma hora de duração, com a mesma proposta, que a atriz apresentava nos primeiros sábados de cada mês.

Controle de Qualidade
- Desde 1995, o Fantástico, em parceria com o Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – exibe o quadro Atenção, consumidor!. Produtos vendidos em todo o Brasil são testados de acordo com as normas técnicas estabelecidas pelo Inmetro. Os aprovados e reprovados são anunciados no ar, e os fabricantes são procurados pelos repórteres para darem os devidos esclarecimentos.
- O quadro já conferiu se o peso e a quantidade de alimentos não-perecíveis correspondiam ao que era indicado nos rótulos das embalagens; averiguou o funcionamento de ventiladores de teto; atestou a qualidade das sacolas de plástico usadas nos supermercados. Alguns produtos inadequados para consumo chegaram a ser retirados do mercado depois de expostos pelo quadro.
- A seriedade dos testes deram credibilidade ao Atenção, consumidor!. Entre outras coisas, o quadro ajudou a esclarecer consumidor e fabricantes sobre a importância de ser observar os critérios de controle de qualidade. Ajudou também a provar que os padrões usados na fabricação de vários produtos nacionais muitas vezes supera os aplicados a produtos estrangeiros.
- Em 1997, o quadro mereceu o Prêmio da Associação de Marketing e Negócios.
- Entre 4 de março e 1º de abril de 2007, o Fantástico exibiu uma série de cinco reportagens em que o Inmetro testava os Serviços de Atendimento ao Consumidor de bancos e cartões de crédito, planos de saúde, setores de eletrodomésticos, alimentos e bebidas, telefonia e TV por assinatura.

Jornalismo mentira, humorismo verdade
- Em 1995, os humoristas do Casseta & Planeta – que já haviam colaborado com o Fantástico como redatores nos tempos em que ainda se dividiam entre a revista Casseta Popular e o jornal Planeta Diário – fizeram sua estréia, juntos e na frente das câmeras, com o Plantão Casseta, quadro dirigido por José Lavigne.
- Colocando em prática o slogan “jornalismo mentira, humorismo verdade”, Hubert, Reinaldo, Bussunda, Beto Silva, Cláudio Manoel, Hélio de La Peña e Marcelo Madureira anarquizavam o noticiário da semana em esquetes curtos, exibidos ao longo do programa, no qual parodiavam sem piedade políticos, jogadores de futebol, atores de televisão e figuras públicas em geral. Nem os repórteres e apresentadores do próprio Fantástico escaparam às ironias, ao serem transformados em personagens como Chicória Maria, Ótima Bernardes, Pedro Miau, Celso Fritas, Leilane Beckenbauer, Maurício Kibrusco, Jeca Camargo, Corisco José, Cassandra Iceberg, Galo Barcelos e Bonitón Moraes Neto.

A voz do Fantástico
- Em 1996, os apresentadores do Fantástico passaram a ser Pedro Bial, Fátima Bernardes e Zeca Camargo. Cid Moreira – que se revezara na apresentação do programa com Sérgio Chapelin durante muitos anos – passou a fazer exclusivamente a locução em off de reportagens especiais. Depois, passou a gravar os áudios de todas as chamadas e matérias do programas, tornando-se a atual “voz” do Fantástico, com seu timbre inconfundível. Os editores enviam os arquivos com os textos para a casa do locutor, e ele grava seus áudios em um estúdio particular. Algumas matérias passaram a contar também com a locução de Berto Filho.

A vida como ela é...
- O universo do dramaturgo Nelson Rodrigues foi levado ao Fantástico entre março e dezembro de 1996 com a série A vida como ela é..., dirigida por Daniel Filho e Denise Saraceni. Baseada na famosa coluna, publicada no jornal carioca Última Hora entre 1951 e 1956, a série apresentava contos tragicômicos de adultério, morte, desejos reprimidos, ciúmes e amores passionais, que se passavam no subúrbio e Zona Sul do Rio de Janeiro. Histórias como O anjo, em que um homem casado com uma esposa ciumenta é seduzido pela cunhada adolescente; ou Delicado, em que um rapaz criado a vida inteira por mulheres, e que é forçado a se casar para corresponder às expectativas de um tio austero, termina se suicidando vestido de noiva.
- A vida como ela é... teve 40 episódios, de oito minutos cada, filmados em película, acentuando um tratamento cinematográfico que se refletia ainda no enquadramento e no posicionamento das câmeras. Os roteiros foram assinados por Euclydes Marinho e contavam com um elenco que reunia Tony Ramos, Malu Mader, Maitê Proença, Cássio Gabus Mendes, Antônio Calloni, Laura Cardoso, Nelson Xavier, Mauro Mendonça, Caio Junqueira, José Mayer, Gabriela Duarte, Luís Carlos Góes, Marcos Palmeira, entre outros. A narração das histórias ficou a cargo de Hugo Carvana (no primeiro episódio) e José Wilker.

O Brasil e o mundo no Fantástico
- Em 1997, Glória Maria substituiu Fátima Bernardes na apresentação do Fantástico. Repórter do programa há 12 anos, ela já havia marcado época com reportagens cheias de aventura em que viajava pelo Brasil e pelo mundo visitando os lugares mais diversos, entre os quais: o Círculo Polar Ártico, onde encarou uma jornada de 27 horas de barco para conseguir ver o sol da meia-noite; a África, onde mostrou a vida da tribo Koma, nas montanhas do Adamawa; e a China, onde subiu o Himalaia.
- Depois de assumir o posto de apresentadora, Glória Maria continuou fazendo reportagens e séries em que viaja pelo mundo. Em fevereiro de 2000, o Fantástico apresentou uma série de três reportagens sobre vulcões existentes em lugares como Havaí, México, Caribe, Colômbia, Guatemala e Islândia. No Havaí, local com a maior concentração de vulcões ativos, Glória Maria escalou o Monaloa, o maior em termos de volume, e sobrevoou de helicóptero o Kilauea, o maior em atividade no mundo.
- Na série Passaporte fantástico, exibida entre 30 de maio e 1º de agosto de 2004, Glória Maria visitou outros lugares inusitados. Entre suas aventuras, a repórter conheceu os animais de um zoológico em Lisboa, Portugal; levou o menino Tyson, um pequeno ritmista da escola de samba Mangueira, para conhecer as Cataratas do Niágara; e esteve no território gelado de Iqaluit, no extremo norte do Canadá, onde acompanhou um dia na vida de um especialista em caça e pesca.
- Em janeiro de 2005, Glória Maria inaugurou o quadro Destino fantástico, no qual repórteres viajam pelo Brasil para apresentar ao telespectador lugares de difícil acesso, que valem a pena se conhecer nas férias. Ela esteve no Parque Estadual Cristalino, norte de Mato Grosso, região de maior biodiversidade da Amazônia, visitado mais por turistas estrangeiros do que por brasileiros.
- Glória Maria mostrou a beleza natural do lugar e praticou uma atividade chamada pelos guias do parque de “rapel na árvore”, escalando sozinha um Amarelinho, árvore da Floresta Amazônica com quase 40 metros de altura. Durante o mês de janeiro, a repórter visitou ainda o litoral do Ceará e a Cachoeira do Tabuleiro, em Minas Gerais. A partir de julho, Destino fantástico passou a ser apresentado por Isabel Ferrari.
- Entre 5 de junho e 3 de julho de 2005, o Fantástico apresentou a série Índia: uma viagem espiritual. Glória Maria viajou até o país para mostrar suas tradições religiosas; os rituais milenares em seus templos sagrados; a medicina mais antiga do mundo, que usa massagens, óleos, ervas e exercícios para equilibrar corpo e mente; e curiosidades e costumes do povo indiano.
- Em 2006, Glória Maria acompanhou o escritor Paulo Coelho, fenômeno de popularidade também na Federação Russa, numa viagem de dez mil quilômetros pela Transiberiana, a maior ferrovia do planeta. As reportagens fizeram parte da série Sibéria, a missão de um mago, exibida entre 15 de outubro e 10 de dezembro.

Novas mudanças na apresentação
- Em 1998, Renata Ceribelli passou a integrar o time de apresentadores do Fantástico.
- Em 2003, o programa ganhou uma apresentadora virtual, Eva Byte, criada pelo Departamento de Arte da Rede Globo, sob o comando de Alexandre Arrabal. Seu rosto era uma mistura de vários traços característicos da mulher brasileira, e o seu nome foi escolhido pelos telespectadores do programa. No início, só a cabeça da personagem aparecia no vídeo. Com o tempo, Eva passou a se mover pelo cenário e a contracenar com os outros apresentadores.

Vida ao vivo
- Em março de 1997, o ator Pedro Cardoso dividiu com Luís Fernando Guimarães a bancada do Vida ao vivo, um telejornal que dava a qualquer assunto banal um tratamento extraordinário. Nos esquetes cômicos, assinados por Alexandre Machado e Luís Fernando Verissimo, os dois atores viviam personagens variados. O quadro foi um sucesso e, no ano seguinte, deu origem ao programa Vida ao vivo show, que era exibido todas às terças-feiras, às 22h30.
- Pedro Cardoso já fazia aparições esporádicas no Fantástico desde o final dos anos 1980. Em fevereiro de 1988, ele foi Vilmo Falópio, um locutor que lia as notícias mais absurdas com um ar impassível. O texto era dos humoristas Reinaldo e Hubert, do Planeta diário. Durante a Copa do Mundo da França (1998), Pedro Cardoso viveu um repórter alucinado que interagia com torcedores na rua, num quadro escrito por Guel Arraes, Alexandre Machado, Jorge Furtado e Luís Fernando Verissimo.
- Ao lado de Bianca Byington, o ator apresentou ainda o Vide bula (2001). Os dois interpretavam vários personagens com o objetivo de ajudar o telespectador a “aprender a viver a sua vida” e “como usar você mesmo evitando os efeitos colaterais”.
- Por conta do enorme sucesso de Agostinho Carrara, seu personagem na Grande família, Pedro Cardoso chegou ainda a estrelar o quadro Táxi do Agostinho (2003), no qual conversava com passageiros de verdade.

Maníaco do parque
- No dia 26 de junho de 1998, o Fantástico levou ao ar, no final do programa, uma reportagem de Marcelo Rezende sobre o motoboy Francisco de Assis Pereira, serial killer responsável pelo assassinato de mais de dez mulheres no Parque do Estado, em São Paulo. O Maníaco do Parque, como ficou conhecido pela imprensa, foi entrevistado durante três dias numa peninteciária de segurança máxima em Taubaté.
- A matéria mostrou ainda reconstituições dos crimes cometidos por Francisco Pereira e os depoimentos de parapsicólogos, videntes e psicanalistas, que falaram sobre as motivações do assassino. De grande audiência, a reportagem gerou também enorme polêmica e foi acusada de sensacionalismo, recebendo muitas críticas, inclusive dentro da TV Globo.

Repórter por 1 dia
- No dia 25 de outubro de 1998, estreou o Repórter por 1 dia, em que personalidades das mais variadas áreas contribuem com matérias curtas para o Fantástico. Inaugurando o quadro, a cantora Ivete Sangalo visitou uma escolinha de futebol no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Entre os diversos participantes do Repórter por 1 dia, ao longo dos anos, o rapper Gabriel O Pensador mostrou a rotina de trabalho dos taxistas; o sambista Martinho da Vila entrevistou membros da Academia Brasileira de Letras; o escritor Paulo Coelho investigou detalhes da cultura dos iranianos em Teerã; a atriz Andréa Beltrão falou com casais que se conheceram em bailes de dança de salão; e o ator Wagner Moura denunciou a violência em escolas públicas.

O príncipe negro dos sortilégios
- Um dos grandes sucessos do Fantástico em 1999 foi o enigmático Mister M, um mágico americano que se apresentava com o rosto encoberto por uma máscara e revelava os segredos por trás dos mais sofisticados truques de ilusionismo, explicando em detalhes como eles eram elaborados e executados.
- A idéia não agradou nem um pouco os profissionais do ramo. Assim que as primeiras chamadas do novo quadro foram ao ar, em fevereiro de 1999, mágicos profissionais de todo o Brasil se mobilizaram para impedir que seus truques fossem desvendados. A TV Globo recebeu milhares de cartas de protesto e uma corrente de e-mails pela Internet, ameaçando processar a emissora por perdas e danos. Tudo em vão. Luiz Nascimento respondeu aos apelos explicando que Mister M desvendava um número limitado de mágicas e que não havia registros de perda de interesse popular por espetáculos de mágica nos países em que o quadro fora apresentado.
- Quanto ao público, Mister M se tornou um sucesso absoluto. Em boa parte devido à locução de Cid Moreira – num registro que lembrava o de um radialista, completamente diferente do que ele adotava habitualmente no programa – e o texto elegante e levemente irônico escrito pelo jornalista Luiz Petry. As alcunhas que Petry criou para o mágico – “O príncipe negro dos sortilégios”, “Senhor de todos os segredos” – também caíram nas graças do telespectador. No ano seguinte, Mister M esteve no Brasil e foi entrevistado no Fantástico pelo próprio Cid Moreira.

Retrato falado
Em maio de 2000, a atriz e comediante Denise Fraga estreou Retrato falado, um quadro de humor baseado na vida real, tornando-se rapidamente um dos maiores sucessos do Fantástico. Dirigida por Luís Villaça, a atriz encena histórias verdadeiras, enviadas pelos telespectadores por carta ou e-mail. Os casos selecionados são transformados em roteiro pelos autores José Roberto Torero, Maurício Arruda, Mariana Veríssimo, Lícia Manzo e Marcus Aurelius Pimenta. Depois, os telespectadores gravam seus depoimentos em frente às câmeras, e seus relatos servem de fio condutor da narrativa, entremeando as passagens encenadas pelos atores. Há mais de sete anos no ar, o quadro já apresentou histórias românticas, cômicas, tragicômicas, dos mais variados tipos, nas quais Denise Fraga encarnou um catálogo vastíssimo de personagens reais. A atriz contracena com um elenco que mistura atores famosos – como Evandro Mesquita e Selton Mello – e outros ainda pouco conhecidos. Alguns se destacaram tanto no quadro que acabaram participando de outras produções da TV Globo, como Eduardo Estrela – que ganhou um papel na novela Mulheres apaixonadas –, Graziella Moretto – que atuou em episódios dos humorísticos Os normais e Minha nada mole vida – e Maurício Marques – que trabalhou no último episódio da segunda temporada de Carga pesada.
- Retrato falado ficou no ar até 2001, quando ganhou o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte na categoria Humor. No ano seguinte, o quadro deu lugar a Dias de Glória, no qual Denise Fraga vivia a protagonista de histórias que misturavam ficção e fatos marcantes do noticiário político do país. Retrato falado voltou a ser exibido em 2003, atendendo aos pedidos dos telespectadores, que, mesmo com o programa fora do ar, continuaram a enviar cartas e e-mails contando histórias para serem encenadas.
- Durante o mês de junho de 2004 foi ao ar a série Álbum de casamento, baseada no livro de contos Pequenos amores, de José Roberto Torero. Denise Fraga interpretava uma fotógrafa de cerimônias religiosas que contava a história romântica dos casais retratados observando particularidades de suas fotografias. A série foi exibida ao longo do mês de junho, com duas histórias de dois minutos em cada edição do Fantástico.
- Denise Fraga também estrelou, durante as Copas do Mundo do Japão e da Coréia, em 2002, e da Alemanha, em 2006, a série Copas de Mel. A atriz era a Mel do título, uma jornalista desastrada que, durante a cobertura esportiva das competições, acabava interferindo nos resultados dos jogos. O quadro, também dirigido por Luís Villaça, com roteiro de José Roberto Torero e Maurício Arruda, contava com recursos de computação que permitiam que Denise Fraga parecesse estar interagindo de verdade com as imagens captadas pela equipe da TV Globo. Na primeira edição de Copas de Mel, Denise Fraga contracenou com Selton Mello. Na segunda, a atriz interpretou a neta da personagem, e Fábio Assunção foi seu par romântico.

Viagens fantásticas
- Em janeiro do ano 2000, estreou o quadro Me leva, Brasil, no qual o repórter Maurício Kubrusly percorre o país para encontrar, nos estados mais longínquos, os mais curiosos personagens. Gente como Paulino, um padre católico que se tornou uma espécie de consultor sexual dos casais de Sena Madureira, cidade próxima à Rio Branco, AC, sendo apelidado de Padre Ginecologista. Ou como o mineiro Galinha Tonta, um morador de São Francisco, que, apesar de analfabeto, aprendeu sozinho quando era criança a falar inglês, alemão e japonês. Por trás dessas histórias inusitadas, surge um Brasil até então desconhecido para os habitantes das grandes metrópoles.
- Entre 16 de maio e 19 de setembro de 2004, o Fantástico misturou viagem, aventura e interatividade no quadro A fantástica volta ao mundo. Zeca Camargo iniciou uma jornada ao redor do planeta, com um roteiro que era determinado a cada semana pelos telespectadores do Fantástico. Via telefone e Internet, eles podiam escolher entre dois destinos de escalas para o repórter. Toda semana, eram exibidas matérias que Zeca Camargo realizava nos países escolhidos e, ao final de cada edição do Fantástico, um novo destino era anunciado. Durante 18 semanas, o jornalista percorreu 103.792 quilômetros, em 54 vôos.

E agora, doutor?
- O ano 2000 também marcou a estréia no Fantástico do renomado oncologista brasileiro Dráuzio Varella, que apresentou a série Viagem ao corpo humano. Sucesso absoluto, o médico continuou emprestando seus conhecimentos e carisma ao programa nos anos seguintes, apresentando as seguintes séries: E agora, doutor?, na qual esclarecia dúvidas freqüentes em relação à saúde; Fôlego, que acompanhava a vida de seis pessoas que decidiram deixar de fumar durante dois meses; Grávidas, no qual acompanhava um grupo de grávidas; Cérebro, super-máquina, uma viagem pela "máquina" responsável por todas as nossas ações e pensamentos; Questão de peso, sobre pessoas que têm compulsão por comer; e Filhos deste solo, que discutiu o planejamento familiar no Brasil.
- Entre novembro de 2006 e janeiro de 2007, Draúzio Varella apresentou a série – de 12 episódios – Tempo, dono da vida, que discutiu o tema do envelhecimento. A idéia surgiu a partir de um dado estatístico: a faixa de população que mais cresce no Brasil é a de pessoas com mais de 60 anos de idade. Nesse sentido, a série procurou investigar – através de personagens como uma senhora de 76 anos que trabalha como caminhoneira – o que significa envelhecer hoje em dia, quais medidas os maiores de 60 anos devem tomar para se manterem saudáveis e o que os mais jovens podem fazer para chegarem bem aos 80 anos. Encerrando cada episódio, era apresentado o depoimento de personalidades famosas, como o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, os cantores Caetano Veloso e Elza Soares, o artista plástico Roberto Magalhães, o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa e os atores Paulo Goulart, Nicette Bruno e Marília Pêra.
- Em maio de 2006, o Fantástico apresentou uma nova série, em que Dráuzio Varela visitou os pacientes em casa, como faziam os antigos médicos de família, para identificar, tratar e prevenir doenças mais comuns do país.
- Dráuzio Varella contou com a produção de Karina Dorigo e Eugênia Moreyra, editora-executiva do Fantástico e responsável pela supervisão das séries do programa. As séries Cérebro, super-máquina e Grávidas foram editadas por Jennifer Skipp. Grávidas ganhou o prêmio Ayrton Senna de jornalismo em 2004.

O repórter sem rosto
- Eduardo Faustini é um dos mais premiados repórteres investigativos do Brasil, responsável por matérias sobre corrupção, tráfico de drogas e venda ilegal de armas, entre outras denúncias. Uma de suas reportagens, exibida em 2002, marcou a história do Fantástico. O jornalista gravou flagrantes de corrupção explícita por partes de fornecedores da Prefeitura de São Gonçalo, município do Rio de Janeiro, num exemplo do bom uso de câmeras ocultas e microfones especiais a serviço do jornalismo de denúncia. O material colhido foi entregue ao Ministério Público. A reportagem ganhou os prêmios Esso, Líbero Badaró e menção honrosa da Embratel.
- Em 12 de dezembro de 2004, Faustini denunciou a queima de documentos sigilosos da época da ditadura na Base Aérea de Salvador. A reportagem ganhou o Prêmio Qualidade Brasil e o XXII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo.
- Em maio de 2005, o Fantástico mostrou cenas de corrupção em Rondônia em uma matéria de Eduardo Faustini. A reportagem mostrava imagens, gravadas pelo governador do estado Ivo Cassol, de tentativas de suborno por parte de deputados. Por ordem judicial, a reportagem não foi exibida em Rondônia.
- Entre 18 de setembro e 2 de outubro de 2005, o Fantástico apresentou a reportagem especial em três partes Diário de uma guerra suja, um panorama detalhado da guerra entre a polícia do Rio de Janeiro e os traficantes de drogas entrincheirados nas favelas, que ainda enfrentavam grupos rivais para defender as bocas-de-fumo. Durante dez dias, Eduardo Faustini entrevistou autoridades como o então Secretário de Segurança da cidade, Marcelo Itagiba, e a inspetora de polícia Marina Magessi; ouviu a opinião de sociólogos sobre o trabalho da polícia e o depoimento dos moradores de áreas próximas às favelas, as principais vítimas da guerra; e registrou o trabalho de educadores que tentam ajudar a diminuir o envolvimento cada vez maior de menores com o tráfico.
- Diário de uma guerra suja mostrou também o impacto do conflito para os cofres públicos. Para fazer frente ao arsenal cada vez mais sofisticado dos bandidos, naquele ano, o estado do Rio de Janeiro havia investido 1, 5 bilhão de reais no aparelhamento da polícia. Parte da verba foi aplicada na compra de carros blindados, apelidados pelos moradores das favelas de “Caveirões”. Eduardo Faustini acompanhou a ação de policiais durante uma incursão a uma favela para invadir uma área dominada pelo tráfico. O Fantástico exibiu imagens feitas de dentro de um dos “caveirões” e o flagrante de patrulhas do tráfico vigiando as favelas à noite.
- A reportagem contou com imagens dos cinegrafistas Fernando Calixto, Acyr Fillus, Guilherme Azevedo e Fabiano Moreira; som de Mário Amorim e edição de Rogério Marques e Roberto Cavalcanti.

Papo irado
- Entre julho de 2002 e dezembro de 2003, o quadro Papo irado, dirigido por Mauro Mendonça Filho, com redação final de Bruno Mazzeo, contou as aventuras de Tati, a “aborrescente” geniosa e descolada interpretada por Heloísa Perissé. A personagem surgiu na Escolinha do Professor Raimundo com enorme sucesso e logo transformou gírias adolescentes como “Tipo assim”, “Fala sério!” e “Ninguém merece!” em bordões repetidos em todo o Brasil. No Fantástico, Tati ganhou a companhia de duas amigas inseparáveis, vividas por Carol Machado e Mary Scheila, e da mãe, personagem de Louise Cardoso.
- As histórias reproduziam o cotidiano dos adolescentes de classe média e giravam em torno de seus anseios e dúvidas típicos. O cenário multicolorido e os efeitos especiais conseguidos a partir de computação gráfica davam um tom de desenho animado às aventuras de Tati. Se ela decidia explicar as gírias que usava, por exemplo, a ação parava e uma arte imitando o verbete de um dicionário aparecia na tela. Os telespectadores adolescentes do Fantástico participavam do quadro conversando com Tati, sempre que ela decidia compartilhar seus problemas com os amigos pela Internet.

Vinheta de abertura
- O Fantástico passou a ser precedido por uma nova vinheta a partir de 2003: uma grande espiral formada pelo nome do programa provoca uma ventania de folhas secas ou borbulhas de água e, em seguida, se expande para o teto do cenário, todo feito por computação gráfica com a utilização do chromakey. Também houve mudanças no cenário: a bancada foi abolida, e os apresentadores passaram a caminhar entre placas e módulos com o logotipo do programa.
- Em 7 de setembro de 2003, o Fantástico exibiu imagens de presos no Instituto Penal Vicente Piragibe, parte do sistema penitenciário de Bangu, preparando cigarros de maconha. Na reportagem, outros presos apareciam comprando fumo dentro da cadeia. Um take aéreo do pavilhão onde funciona a boca-de-fumo mostrou um preso falando ao celular.
- Em outubro de 2004, outro destaque do Fantástico: uma matéria denunciou falhas na distribuição das verbas do Bolsa Família, programa do governo. A reportagem levou membros da força-tarefa da Controladoria da União a investigar as denúncias.

Filosofia
- Em 17 de julho de 2005 estreou Ser ou não ser, quadro que procura popularizar a filosofia traduzindo conceitos complexos da disciplina por meio de metáforas simples. O quadro é apresentado pela psicóloga e doutora em filosofia Viviane Mosé.
- Em programetes de oito a dez minutos, ela aparece como uma repórter, levando ao telespectador personagens e situações diversas que servem para ilustrar as idéias discutidas a cada semana. Para explicar o conceito aristotélico de que o pensamento nasce da perplexidade – que, por sua vez, levaria o homem ao questionamento –, Viviane Mosé contou a trajetória de um imigrante da Paraíba que chegava a São Paulo pela primeira vez e se assustava com a imponência da metrópole. Já para abordar a idéia do dramaturgo Sófocles de que o homem é impotente diante do destino, Viviane Mosé identificou características da tragédia grega nos dias atuais, como a de um homem que cumprira vinte anos de cadeia sem nunca ter sabido o motivo.

Segredos dos presidentes
- Em agosto de 2005, foi ao ar O dossiê Brasília, os segredos dos presidentes, série com trechos de entrevistas realizadas pelo jornalista Geneton Moraes Neto, na época editor-chefe do programa, com quatro ex-presidentes da República – José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso –, que foram desafiados a revelar os segredos que precisaram guardar enquanto ainda estavam no poder. As entrevistas foram realizadas em Brasília, Maceió, Juiz de Fora e São Paulo.
- Entre outras revelações da série, José Sarney contou que o Brasil já teve planos de realizar experiências nucleares, e Fernando Collor de Mello confessou que chegou a pensar em suicídio depois de ter sido afastado da presidência.

Meninos do tráfico
- No dia 19 de março de 2006, o Fantástico exibiu Falcão, meninos do tráfico, um documentário produzido e dirigido pelo rapper MV Bill e por Celso Athayde, da Cufa – Central Única das Favelas –, que revelou como a miséria e a violência transformam menores de idade em mão-de-obra do tráfico de drogas nas periferias das cidades brasileiras.
- Ao longo de seis anos, os produtores gravaram mais de 90 horas de depoimentos e imagens dos jovens de favelas de norte a sul do país, captados pelos cinegrafistas Miguel Vassy e Rodrigo Veras, do núcleo audiovisual da Cufa. A edição especial exibida no Fantástico tinha 58 minutos e foi dividida em três blocos. Foi a primeira vez que o programa dedicou um espaço tão grande para tratar de um tema.
- “Falcão”, na gíria dos morros, é o nome dado ao menor encarregado de vigiar a favela para avisar aos traficantes da chegada da polícia. Dos 17 meninos entrevistados, apenas um continuava vivo quando o documentário foi ao ar.
- Falcão, meninos do tráfico recebeu o prêmio Vladmir Herzog de melhor documentário de TV em 2006. Em 12 de abril de 2007, MV Bill e o jornalista Frederico Neves, do Fantástico, receberam em Madrid o Prêmio Rei da Espanha, um dos mais importantes do jornalismo internacional, na categoria televisão.

Profissão repórter
- Em abril de 2006, o quadro Profissão repórter – que havia estreado no mesmo mês em um especial do Globo repórter – passou a ser apresentado todos os domingos no Fantástico. O quadro, apresentado pelo repórter Caco Barcellos e dirigido por Marcel Souto Maior, revela bastidores da produção de uma reportagem de televisão, acompanhando a rotina de oito jovens jornalistas durante todo o processo de produção de uma reportagem, da reunião de pauta à edição, passando pela apuração, entrevista e gravação.
- Toda semana, a equipe do Profissão repórter – formada por Ana Paula dos Santos, Caio Cavechini, Felipe Gutierrez, Júlia Bandeira, Mariane Salerno e Nathália Fernandes – leva ao ar uma reportagem com cerca de 12 minutos, em que duas duplas de repórteres e cinegrafistas mostram, ao mesmo tempo, ângulos diferentes de um fato.
- Entre outros assuntos, o programa já falou sobre os perigos da Internet, mostrou como é o dia de visita em um presídio, acompanhou o julgamento da estudante Suzane Von Richthofen, acusada do assassinato dos pais em junho de 2006, e cobriu a visita ao Brasil do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em março de 2007.
- Com dois meses no ar, o Profissão repórter ganhou o V Prêmio Jovem Brasileiro como melhor quadro de conteúdo jornalístico produzido e apresentado por jovens. Uma das matérias que mostrava cortadores de cana que morriam de exaustão no trabalho mereceu um voto de aplauso da Assembléia Legislativa do Maranhão.
- Em junho de 2008, o Profissão repórter estreou como um programa independente, sendo exibido toda terça-feira, às 23h30.

Entrevista com Suzane Von Richthofen
- Em 9 de abril de 2006, o Fantástico exibiu uma entrevista exclusiva da repórter Fabiana Godoy com Suzane Von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais em São Paulo. A jovem estava em regime de liberdade condicional. O programa, que mostrou como o advogado de Suzane a orientou a chorar durante a entrevista, teve grande repercussão. Descoberta a farsa, a acusada voltou para a cadeia.

Bola de cristal
- O Fantástico exibiu, no mês de maio de 2006, a série Operação bola de cristal, quadro idealizado por Luiz Petry, na qual o ator Osvaldo Mil revelava os truques usados por falsos videntes para enganar clientes. Treinado pelo psicólogo e parapsicólogo Jayme Roitman e pelo mágico Thiago Neves, conhecido como Khronnus, Osvaldo Mil se preparou durante meses, mergulhando em literatura especializada e aprendendo a dominar o método da leitura fria, uma técnica para conduzir uma conversa com um desconhecido de forma a convencê-lo por meio de sugestões a acreditar na paranormalidade do falso vidente. O ator pôs o método em prática em consultas individuais e em grupo, durante as quais se apresentava como o vidente Ângelo. No final da sessão, todos os participantes do quadro eram informados de que o vidente, na verdade, era um ator.

Poeira das estrelas
- Em agosto de 2006, estreou Poeira das estrelas, série de 12 episódios sobre cosmologia, em que o físico e astrônomo Marcelo Gleiser falava sobre a concepção moderna da origem do universo e o caminho percorrido pela ciência para responder a dúvidas ancestrais da humanidade. Os episódios foram gravados em vários países. Na primeira parte da série, que tratou de temas como a interferência da religião na ciência e a teoria do Big Bang, Marcelo Gleiser visitou diversos lugares, entre os quais: a Inglaterra, onde entrevistou o astrônomo real inglês no Trinity College, em Cambridge; a Itália, onde simulou um experimento realizado por Galileo Galilei na Torre de Pisa; a República Tcheca, onde falou da relação entre o matemático Kepler e o astrônomo Tycho Brahe; e os Estados Unidos, onde mostrou o telescópio de Mount Wilson, na Califórnia, no qual o astrônomo Edwin Hubble descobriu que o universo está em expansão.
- A segunda parte da série abordou a origem da Terra, a origem da vida e a possibilidade de vida extraterrestre. Para o episódio que explica a evolução geológica do planeta, Marcelo Gleiser e a equipe do Fantástico visitaram o Grand Canyon e sobrevoaram de balão a cratera Barringer, no Arizona, conhecida por ser a maior cratera da Terra, provocada pela queda de um meteorito há 50 mil anos. A série também foi ao Havaí para mostrar o Kilauea, vulcão há mais tempo em atividade contínua no mundo.
- Poeira nas estrelas foi produzida e editada por Frederico Neves, que também assinou os textos junto com Marcelo Gleiser. A edição ficou a cargo de Rafael Norton, e as imagens, por conta de Lúcio Rodrigues, Paulo Pimentel e Maurízio Della Constanza; arte de Fabrício Baessa, Flávio Fernandes e Chico Chagas, e produção musical de Rodrigo Boecker.

O show da vida em 2007
- Entre 7 de janeiro e 15 de abril de 2007, o Fantástico exibiu a série Brasil é o bicho!, apresentada pelo ambientalista Denner Giovanini, fundador e coordenador da organização ambiental Renctas, Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres. A série falou, de forma leve e criativa, sobre questões relativas à biodiversidade e à fauna brasileira. Entre outros assuntos, Denner Giovanini explicou a ligação entre as cobras surucucus e a fabricação de chocolates, falou sobre lendas e histórias que associam certos animais ao mau agouro e mostrou as inúmeras espécies de macacos nas selvas do Brasil.
- A equipe do Fantástico viajou por três meses para gravar o quadro em lugares como Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Também foram gravadas imagens na Mata Atlântica, na Amazônia, no Cerrado e na Caatinga. As imagens são do repórter cinematográfico Guilherme Azevedo, e a edição, de Rui Mota.
- No dia 11 de março, estreou a série Novos olhares, em que cientistas e pensadores do Brasil e do mundo apresentaram pontos de vista inesperados para assuntos do cotidiano. A série em 12 episódios abordou temas como vida digital, mente e imaginação, educação dos filhos, arquitetura, religião e multiculturalidade.
- No primeiro episódio, o engenheiro de computação Sílvio Meira e o escritor americano Steven Johnson – autor do livro Tudo o que você achava que era bom para você, sobre cultura popular – discutiram o impacto do mundo virtual na vida moderna.
- O apresentador Zeca Camargo viajou pelo Brasil, Estados Unidos e Inglaterra para entrevistar os participantes. Entre eles, estão o psicólogo americano Daniel Gilbert, o filósofo suiço Alain de Botton, o historiador americano Darrin McMahon, o físico inglês Philip Ball, o filósofo ganense Kwame Anthony Appiah, o escritor indiano Pankaj Mishra e o professor de direito Kenji Yoshino. Entre os acadêmicos brasileiros que participaram da série estão o psicanalista Roberto Gambini, o sociólogo Flávio Pierucci, o engenheiro Luiz Pinguelli, o físico Luiz Alberto Oliveira, o neurologista Fernando Cendes e o antropólogo Robeto DaMatta.
- No dia 15 de abril, estrearam quatro novos quadros no Fantástico. Em Emprego de A a Z, o economista e administrador Max Gheringer – que foi executivo por mais de 30 anos em algumas das maiores empresas do país – trata de questões relacionadas ao trabalho: aumento, concorrência, promoção; no Galpão Fantástico, os artistas brasileiros apresentam seus trabalhos e conversam com Zeca Camargo; a consultora de moda Glorinha Kalil, que já havia feito algumas participações no Fantástico, passa a apresentar o quadro fixo Etiqueta urbana, no qual esclarece dúvidas sobre moda, comportamento e etiqueta. A partir de reportagens de Renata Ceribelli, a consultora comenta acontecimentos da semana e dá dicas de como se comportar em situações cotidianas, como a maneira correta de usar o telefone celular; sobre educação no trânsito; e a melhor maneira de tratar os vizinhos. Na série Daqui pra frente, a atriz Fernanda Lima discute com um grupo de jovens convidados os dilemas de quem está começando a vida adulta, como sair ou não da casa dos pais e o primeiro emprego.
O Fantástico 2007 também marcou a volta do Super sincero, quadro em que Luís Fernando Guimarães vive Salgado, um homem que não consegue controlar sua compulsão em só dizer verdades, doa a quem doer. Ele invariavelmente ofende a todos que encontra durante o dia. O quadro, escrito por Alexandre Machado e Fernanda Young e dirigido por José Alvarenga, estreou em 2006.
- Em 15 de julho, o Fantástico passou a exibir Te quiero, América, série que mistura aventura romântica e documentário, estrelado por Denise Fraga e João Miguel, com direção de Luís Villaça e roteiro de Maurício Arruda e Carolina Kotscho.
- Denise Fraga vive Maria, uma jovem vendedora de seguros que ganha uma viagem pela América do Sul como prêmio pelo seu desempenho no trabalho. Na Argentina, Maria conhece e se apaixona pelo mochileiro Francisco (João Miguel). Os dois vivem uma história de amor cheias de altos e baixos. Durante suas viagens por países como Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile, eles conversam com os habitantes das cidades que visitam e conhecem um pouco de sua cultura e costumes.
- No dia 12 agosto, estreou a série O valor do amanhã, dirigida pela socióloga Isa Ferraz, com apresentação do economista e filósofo Eduardo Gianetti e a participação especial do ator Matheus Nachtergaele. A série tem dez episódios, com cerca de dez minutos cada, e aborda o dilema entre viver intensamente o presente ou investir no futuro.
- A cada episódio, Matheus Nachtergaele dramatiza histórias que vão de Romeu e Julieta e Ulisses e as sereias até a fábula da cigarra e a formiga. Eduardo Gianetti ancora a narrativa dessas histórias e discute as escolhas feitas pelos personagens, refletindo sobre a necessidade que todos temos de negociar com o tempo. No decorrer da série, são discutidos dilemas comuns vividos pelas pessoas ao tomarem decisões a respeito da saúde, finanças, profissão e relações amorosas.
- Entre os convidados da série, estão Edward Wilson, biólogo americano, especialista em biodiversidade; Fernando Reinach, um dos coordenadores do primeiro projeto genoma brasileiro; Manuela Carneiro da Cunha, antropóloga; Mário Sérgio Portela, filósofo e teólogo; e Joel Birman, psiquiatra, entre outros. O quadro tem uma trilha sonora original assinada pelo músico Cacá Machado, mas cada episódio apresenta músicas especiais de compositores como Caetano Veloso, Tom Zé e Turíbio Santos.

- No dia 9 de setembro de 2007, o Fantástico estreou seu novo cenário, estruturado a partir de uma montagem de texturas e transparência de acrílico, com elementos que remetem ao dadaísmo, concretismo e cultura pop.
- Duas novas séries também estrearam nessa edição. Partindo do princípio de que a história está sempre se refazendo e de que não existe uma versão absoluta e definitiva para um fato histórico, a série É muita história revisitava, com um olhar original e bem-humorado, e com muita informação documentada, episódios famosos da historiografia oficial. Foram retratados fatos como a independência do Brasil, a chegada da família imperial, a morte de Tiradentes e a saga dos bandeirantes, entre outros. A série era apresentada pelos jornalistas Pedro Bial e Eduardo Bueno.
- Em cada episódio, de cerca de dez minutos, Eduardo Bueno aparecia trajado como um dos personagens reais que participava do assunto em pauta e ia para as ruas conversar com o público. No episódio de estréia, Um dia de fúria, que tratou do famoso grito de “Independência ou morte” bradado às margens do Rio Ipiranga, o escritor se vestiu como Dom Pedro I e conversou com caminhoneiros que faziam o mesmo trajeto percorrido pelo príncipe no 7 de setembro.
- O roteiro de É muita história era assinado por Pedro Bial, João Carrascosa e Eduardo Bueno. Pedro Bial e João Carrascosa assinavam também a direção da série.
- Também em 9 de setembro de 2007, Regina Casé voltou ao Fantástico com o Central da periferia. Na série de 16 episódios, cada um com oito minutos de duração, a atriz visitou os subúrbios de Paris, as favelas de Luanda e a periferia superpovoada da Cidade do México para investigar como as manifestações sociais e culturais dessas comunidades ajudam no combate à exclusão social. Também participam da série intelectuais que pensam sobre o crescimento das cidades e suas periferias.
- Central da periferia teve direção geral de Estevão Ciavatta, direção de Mônica Almeida e roteiro de Alberto Reanult, Hermano Vianna e Regina Casé.

Reportagens marcantes de 2007
- O Fantástico denunciou em 4 de março de 2007 funerárias e médicos que vendiam atestados de óbito. A equipe do programa conseguiu sepultar um boneco dentro de um caixão e emitir uma certidão de óbito.
- No dia 20 de maio de 2007, o Fantástico exibiu uma entrevista com o Ministro de Minas e Energia Silas Rondeau se defendendo das acusações da Polícia Federal de que teria recebido propina para a liberação de verbas para o programa Luz para Todos.
- Em abril de 2007, o Fantástico flagrou o golpe do falso seqüestro por telefone. Um casal de criminosos ligou para a redação do programa por engano. Um repórter do programa se identificou como tio da suposta vítima e conseguiu enganar os bandidos. A equipe do Fantástico mostrou toda a negociação com os criminosos até a entrega do “resgate” em uma rua do Jardim Botânico. A fita com a reportagem foi entregue ao delegado da Delegacia Anti-Seqüestro.
- O dia 2 de dezembro de 2007, uma reportagem do Fantástico feita por Glória Maria e o repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues no Alto Xingu, inaugurou as transmissões em HDTV na televisão brasileira. A reportagem mostrou a festa do pequi, fruta de cor amarela adorada pelos índios Kamaiurás.

Entrada de Patrícia Poeta
- A reportagem no Alto Xingu foi a última que a repórter Glória Maria fez para o Fantástico, antes de anunciar seu afastamento da televisão por dois anos para se dedicar a projetos pessoais. Em 6 de janeiro de 2008, a jornalista Patrícia Poeta estreou em seu lugar como apresentadora do programa.


Na China
- Em 16 de fevereiro de 2008, o Fantástico passou a exibir o documentário Na China, de Felipe Lacerda. Para conhecer a nação de mais de um bilhão de habitantes e mostrá-la com um olhar diferente, o documentarista viajou sozinho pelo país durante cinco semanas, sem roteiro nem planejamento especial e sem falar uma palavra dos idiomas locais. Foram 24 horas de viagem por Pequim, Pumi, Ping-Yao, Xian, Xangai, Kunming, Dali, Liijiang, Hong Kong e Macau. O documentário foi exibido em episódios com cerca de 5 minutos, narrados pelo próprio Felipe Lacerda. A captação das imagens foi feita em HD.

Conto ou não conto?
- Também no dia 16 de fevereiro, estreou o quadro Conto ou não conto?, com direção de Maurício Farias e redação final de Cláudio Paiva. Dividido em três blocos apresentados ao longo do Fantástico, o quadro apresenta um dilema para ser resolvido pelo público, por ligação telefônica ao vivo. No episódio de estréia, com participação de Heloísa Perissé, Natália Lage, Guta Stresser, Ricardo Tozzi e Alex Reis, o telespectador tinha que decidir se uma mulher contava à melhor amiga que já tinha visto o noivo dela em uma parada gay.
- Com o objetivo de investir na interação entre jornalismo e dramaturgia, o Fantástico criou em 2008 um núcleo de humor, coordenado por Claúdio Paiva e com direção artística de Guel Arraes. O novo núcleo participa da pauta jornalística do programa e faz a ligação entre as reportagens e os quadros, integrando humor e dramaturgia ao noticiário. Em 30 de março, estrearam os três novos quadros: Sexo oposto, Corpo em movimento e F-15.
- Em Sexo oposto, as diferenças entre homens e mulheres é discutida de forma divertida. Fernanda Torres e Evandro Mesquita interpretam dezenas de personagens – de figuras fictícias anônimas ou célebres, como Romeu e Julieta, até personagens históricos, como Isaac Newton – para mostrar as peculiaridades dos dois sexos. A direção é de Maurício Farias e o texto de Guel Arraes e Jorge Furtado.
- No Corpo em movimento, o coreógrafo Ivaldo Bertazzo mostra como manter a saúde e a forma física com movimentos e exercícios que podem ser desenvolvidos no dia-a-dia. Atores são convidados a pôr em prática os ensinamentos, entre eles, Marília Pêra, Miguel Falabella, Ângela Vieira, Marisa Orth e Maitê Proença.
- Já em F-15, Patrícia Poeta pede a personalidades que exercitem seu poder de síntese e contem tudo sobre sua vida em 15 segundos. Para isso, valem todos os recursos: palavras, música, mímica, dança. O rapper Gabriel O Pensador, as atrizes Grazi Massafera, Juliana Paes e Giovanna Antonelli, a cantora Cláudia Leitte, o humorista Hélio de La Peña e o locutor de corridas de cavalo Ernani Pires Ferreira foram alguns que aceitaram o desafio.
- Em 20 de abril de 2008, o Fantástico mostrou uma entrevista exclusiva com o casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, de 5 anos, morta no dia 29 de março, após ser jogada do apartamento do pai, no sexto andar de um prédio na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. Alexandre e Anna Carolina, suspeitos da morte de Isabella, foram entrevistados pelo repórter Valmir Salaro e reafirmaram a versão que deram no primeiro depoimento à polícia, de que uma terceira pessoa havia atirado a menina pela janela.- Também no dia 20, o repórter Geneton Moraes Neto entrevistou o craque de futebol Romário, que naquela semana anunciara a sua despedida dos gramados. Na entrevista, Romário falou sobre seus planos, sua vida pessoal e confessou já ter feito sexo no avião da seleção brasileira quando era jogador.

Equipes
- Entre os incontáveis profissionais que fizeram parte da história do Fantástico figuram: Macedo Miranda Filho (chefe nacional de redação), Moacyr Japiassu (editor-chefe em São Paulo), Odejaime de Hollanda (chefe nacional de redação), Narciso Kalili, Marcos Fonseca, Carlos Manente (editores-chefes em São Paulo), Renato Corrêa e Castro (primeiro coordenador-geral em São Paulo), Fúlvio Abramo (chefe de reportagem em São Paulo), Johnson Gouvêia (diretor de imagens), André Motta Lima (primeiro repórter-editor nacional), Ivo Alves (editor de musicais e especiais), Glória Nogueira, Maurício Tavares, Otávio Escobar, Edson Resende Vieira Filho, Fernando Waisberg, Jorge Sebastião Segundo, Mauro Richter, Rogério Marques (editores de texto), Giancarlo Di Lucca, Giorgio Di Lucca, Fernando Bacarin, Ricardo Miranda, Ruy Cláudio Mota (editores de imagens), Mário Sebolella (editor-coordenador), Evandro Elias Verissimo, Sérgio Barata, Rui Ferreira da Costa (tráfego e assistência), Paulo Khon, Nélio Horta, Sílvia Wolferson (produtores), Sérgio Polanca (caracteres), Faya, Rogério Vieites, Dulcídio Galvão (sonoplastas).
- A equipe do Fantástico em 2007 conta com Glória Maria, Pedro Bial, Renata Ceribelli, Zeca Camargo (apresentadores), Luiz Nascimento (diretor), Álvaro Pereira Júnior, Adriano Silva (chefes de redação), Luiz Petry (coordenador de atualidades), Eduardo Salgueiro (coordenador de produção), Léia Paniz (coordenadora de projetos especiais e outras mídias), Alberto Villas, Frederico Neves (coordenadores de redação), Eugênia Moreyra (coordenadoras de séries e quadros), Geneton Moraes Neto (repórter especial), Eduardo Faustini (produtor especial), Anna Karina Bernardoni, Bruno Bernardes, Dário Menezes, Eduardo Acquarone, Flávio Varella, Jennifer Skipp, Márcia Dal Prete, Rogério Marques, Rui Cláudio Mota (editores), Adriana Hirsh, Andréa Cavalheiro, Beatriz Rónai, Celso Lobo, Evelyn Kuriki, Felipe Wainer, Fernanda Mena, Luciana Osório, Marcela Amodio, Maria Luísa Silveira, Nunuca Vieira, Renata Rodrigues (produtores), Roberta Belluomini (coordenadora de produção – núcleo São Paulo), Rodrigo Boecker (produtor musical), Fabiana Godoy, Helena de Grammont, Maurício Kubrusly, Valmir Salaro, Vinícios Dônola (repórteres), Américo Figueroa, Bartolomeu Clemente, Edson Soh, Fernando Calixto, Guilherme Azevedo, José Henrique, Luís Cláudio Azevedo, Luís Paulo Mesquitas, Marco Aurélio, Toninho Marins, Adelaide Pais, André Alaniz, Dimitri Caldeira, Giancarlo de Luca, Giovanna Giovanni, Jae Ho Ahn, Omar Barbieri, Rafael Norton, Ricardo Pudim, Roberto Cavalcanti (repórteres cinematográficos), Humberto Maura, Marcos Martins Pena, Alan Gomes Garcia (coordenadores), Berto Filho, Cid Moreira, Tatiana Nascimento (locutores), Flávio Fernandes, Fabrício Bessa, Francisco Chagas, Luiz Amaral, Flávio Reis, Ricardo Moraes (arte).

Prêmios
- 1979 – Prêmio Ana Terra, concedido pelo governo do Rio Grande do Sul
- 1992 – Prêmio Vladmir Herzog de Jornalismo pela matéria do repórter Domingos Meirelles sobre a morte do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior na Argentina. Seis anos depois de exibida a reportagem, o governo argentino decidiu indenizar a família de brasileiros que foram vítimas da ditadura militar no país.
- 1997 – Prêmio da Confederação Nacional de Transportes (CNT) para a matéria Surf ferroviário; Prêmio da Associação de Marketing e Negócios para o quadro Inmetro.
- 1998 – Prêmio da Confederação Nacional de Transportes pela matéria sobre as gangues de trens urbanos; Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo pela matéria do jornalista Roberto Cabrini com o comandante César Garcez sobre o acidente do vôo 254.
- 1999 – Troféu Imprensa de melhor programa de TV.
- 2001 – Prêmio Vladmir Herzog na categoria de melhor reportagem – noticiário jornalístico; Menção honrosa no Prêmio da Associação de Correspondentes das Nações Unida para as reportagens sobre o Timor Leste da jornalista Simone Duarte.
- 2002 – Prêmio Esso especial do telejornalismo; Grande Prêmio do Líbero Badaró; Menção Honrosa no Prêmio Embratel de Jornalismo para a matéria Corrupção em São Gonçalo, de Eduardo Faustini; Prêmio Embratel de Telejornalismo para a matéria sobre trabalho escravo, dos repórteres Marcelo Canellas e Elder Miranda; Prêmio Vladmir Herzog na categoria melhor reportagem de televisão pela matéria de Idenilson Perin, Alberto Júnior, Carlos Peixoto e equipe, sobre a menina Rainara, que foi devolvida à mãe por conta de uma questão judicial; uma juíza reinvindicava a guarda da criança porque a mãe era analfabeta.
- 2003 – Prêmio Austregésilo de Athayde de melhor programa jornalístico, entregue pela Academia Brasileira de Letras para os melhores da área de imprensa, teatro, música e TV.
- 2004 – Prêmio Imprensa Embratel na categoria Jornalismo Investigativo e Prêmio Tim Lopes para os jornalistas Eduardo Faustini e Frederico Neves pela matéria Máfia dos carros salvados; Prêmio Vladmir Herzog para o repórter Fernando Molica pela matéria Família do chinês torturado e morto no Brasil; Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo na categoria jornalismo econômico para a série Grávidas, editada por Jennifer Skipp e apresentada por Dráuzio Varella.
- 2005 – Prêmio Qualidade Brasil de melhor programa jornalístico; XXII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo para a matéria Documentos queimados, do repórter Eduardo Faustini (exibida no dia 12/12/2004)
- 2006 – Prêmio Vladmir Herzog de melhor documentário de TV para Falcão, meninos do Tráfico, idealizado por MV Bill e Celso Athayde, e produzido pela Cufa – Central Única das Favelas.
- 2007 – Prêmio Rei da Espanha, um dos mais importantes do jornalismo internacional, na categoria televisão para Falcão, meninos do Tráfico, idealizado por MV Bill e Celso Athayde, e produzido pela Cufa – Central Única das Favelas.

[Fontes: Boletim de programação da Rede Globo 33, 818; 03 a 09 de 1982, 13/04/2003; "A arte de ser cidadã do mundo” In: 13/11/2005; “A dança das pirâmides” In: Veja, 21/09/1983; “A garota do Fantástico” In: 24/05/2004; “A revolta dos mágicos” In: Jornal do Brasil 22/01/1999; “A síndrome do Fantástico” In: O Estado de S. Paulo; “Atriz estréia no Fantástico e quer fazer sitcom” In: Folha de S. Paulo, 23/01/2000; BARTOLOMEI, Marcelo. “Globo estréia série e tenta popularizar a filosofia” In: Folha de S. Paulo, 17/07/2005; DVD Fantástico: 30 anos, Som Livre, 2003; “Divagações de domingo” In: Veja, 01/08/2005; “Domingo é dia de Pedro e Zeca” In: Jornal do Brasil 29/03/1997; “Dono da ilusão” In: O Globo 08/08/1987; “Domingo, toda nudez será castigada” In: Jornal do Brasil, 08/06/1996; “Entra Solnado” In: Veja, 18/12/1974; “Fantástico investe em Nelson Rodrigues e defesa do consumidor” In: Folha de S. Paulo 26/11/1995; FRAGA, Denise [et al], VILLAS, Alberto [coord.], Retrato falado: histórias fantásticas da vida real, São Paulo, Globo, 2005; “Glória Maria levanta audiência do Fantástico com viagens exóticas” In: Folha de S. Paulo 17/09/1995; NETO, Geneton Moraes. Os segredos dos presidentes: dossiê Brasília, São Paulo, Globo, 2005; “O universo masculino do ponto de vista deles” In: O Globo 06/04/2003; “Oito minutos para as 149 caras de Chico Anysio” In: Jornal da Tarde 30/04/2003; “Quem é o Mister M” In: Veja, 10/02/1999; “Secretária de Chico não conta tudo que ouve” In: O Globo 06/04/1991; “TV faz rir do objeto homem” In: Jornal do Brasil 04/04/2003; “Um debutante imbatível” In: Imprensa, 08/1998; “Uma abertura do futuro para o décimo aniversário do Fantástico” In: Jornal do Brasil 28/08/1983; “Velho truque: mágica vira arma na guerra da audiência” In: Folha de S. Paulo 25/06/2000.]


Fonte: Memoria Globo.

4 comentários:

Unknown 7 de agosto de 2015 às 04:15  

Permitam-me fazer dois comentários: 1º: o nome certo do jornalista, erradamente divulgado como Marcelo Miranda Filho, é Macedo Miranda Filho. 2º: A Zebrinha do Borjalo iniciou sendo dublada pelo assistente de estúdio Bileco. Porém, num domingo, ele não apareceu, sendo então tomada uma medida de emergência: a editora-chefe Alice Maria é que "emprestou" a sua voz, naquele domingo, para o Fantástico. Para amenizar a diferença do som da voz, o próprio Cid Moreira brincou com a Zebrinha, perguntando se ela não estava resfriada. E já no domingo seguinte, para não haver o erro do Bileco não aparecer, a TV Globo contratou uma especialista em sincronização para dar a sua voz à Zebrinha.

(Participei desde o primeiro Fantástico até 1979, como operador de caracteres, desde o início, assumindo posteriormente também a função de pesquisador do programa. Era, na época, conhecido na Globo como Polanka).

Unknown 30 de outubro de 2015 às 10:22  

Brilhante o exposto!
Entretanto a exposição de todo o período de existência do Fantástico, emnenhum momento, foram enfocados os trabalhos do produtores de jornalismo do Fantastico que farejavam, levantavam os fatos e, muitas vezes, participavam diretamente da execução da matéria, seja no local da ocorrência fo fato, seja na produção para levantar entrevistados para o repórter que, num programa como o Fantéstico, todo o elogio, o sucesso profissional se consolidava na pessoa do repórter de vídeo e, o repórter produtor nunca recebia o reconhecimento nem do público nem da direção da emissora que em muitos casos nem conheciam dito profissional. Assim fica minha tristeza pela falta de explicação verdadeira sober a existência e o trabalho desempenhado por esses profissionais.Posso citar que esqueceram de Ana Davis, primeira reporter negra no Fantástico.

Carlos Henrique Gomes Siqueira 6 de abril de 2016 às 05:39  

O "Fantástico" foi também uma importante plataforma de lançamentos de video clips promocionais nacionais e internacionais, estou procurando a data do programa em q foi apresentado o video clip promocional da música "The Closer I Get To You" com Roberta Flack e Donny Hathaway, eu assisti esse dia e tenho certeza absoluta q foi no ano de 1978 antes da morte de Donny. Se alguém puder me ajudar eu ficarei imensamente agradecido.

Unknown 13 de março de 2019 às 10:54  

Gostaria de saber quem foi o apresentador do fantástico no dia 15 de Maio de 1994.

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